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domingo, 12 de novembro de 2017

Experiências de Quase-Morte nas quais a Ciência Aponta para a Alma

Experiências de Quase-Morte nas quais a Ciência Aponta para a Alma




Caitanya Carana Dasa

“A ciência pode continuar dizendo: ‘Tais coisas são simplesmente impossíveis’. Mas enquanto as histórias se multiplicarem em diferentes lugares e tão poucas forem negadas satisfatoriamente, é um método ruim ignorá-las”. (William James, psicólogo americano)

“Há alguma prova científica para a existência da alma?” é uma pergunta comum. Sim, há. Pesquisas científicas em campos como memórias de vidas passadas, consciência e experiências de quase-morte (EQM) de fato proveram evidências convincentes. Neste artigo, discutiremos o fenômeno de quase-morte.

Experiências de Quase-Morte: Incomuns, Mas Universais

EQMs são experiências de visões extraordinárias e percepções durante períodos de inconsciência entre pessoas que estão medicamente mortas ou próximas da morte devido a várias causas, tais como acidentes, doenças, cirurgias ou tentativas de suicídio. Estas pessoas voltaram da morte, ou da quase-morte, para nos contar suas incríveis experiências.

EQMs têm sido relatadas desde tempos imemoriais em culturas de todo o mundo. Em um estudo intercultural publicado no Jornal da Sociedade de Pesquisa Psíquica, em março de 1978, o pesquisador Dean Sheils relatou que a crença em EQM aparece em cerca de noventa e cinco por cento das culturas do mundo e que são impressionantes suas similaridades, embora as culturas sejam diversas em estrutura e localização. Nos tempos modernos, o interesse popular em EQM inicialmente foi aceso pelo livro Vida Depois da Vida, de 1975, de Raymond Moody, que relatava numerosas EQMs em uma ampla variedade de pessoas. De acordo com a pesquisa de Gallup e Proctor nos anos de 1980 e 1981, cinquenta por cento de todos os americanos que haviam estado em situações próximo da morte, haviam tido uma EQM. Em uma situação mais clínica, Pim van Lommel, um cardiologista da Holanda, descobriu que, dentre os pacientes que haviam sido revividos com sucesso de paradas cardíacas, dezoito por cento haviam tido uma EQM.

A Evidência Evapora o Ceticismo

Durante as EQMs, os pacientes relatam passar por várias experiências extraordinárias, tais como viajar por um campo repleto de belas cores, encontrar seres refulgentes e rever toda a vida, muitas das quais têm efeitos de mudança profunda na vida dos pacientes. Do ponto de vista da testabilidade científica, a mais relevante dentre as EQMs são as experiências autoscópicas fora do corpo (EAFC), nas quais os pacientes relatam terem visto seus corpos de uma perspectiva de fora do corpo, geralmente de cima da cama de operação, e dão descrições verificáveis dos procedimentos cirúrgicos adotados pelos médicos.

De acordo com a ciência convencional, pacientes que estão inconscientes não podem estar cientes de tais detalhes, em virtude do que suas descrições não podem ser nada além de alucinações ou palpites fundamentados, na melhor das hipóteses. 



Foto: Dr. Michael Sabom.

Esta, de fato, era a visão do Dr. Michael Sabom, um cardiologista americano que começou suas pesquisas de EQM no fim dos anos 70 como um cético. Em seu livro Lembranças da Morte, Sabom esboçou seu plano inicial de refutar as alegadas percepções de EAFC de pacientes: “Eu confrontava minha experiência como um cardiologista treinado contra as lembranças visuais declaradas de indivíduos leigos. Fazendo isto, eu estava convencido de que inconsistências óbvias apareceriam e que reduziriam tais pretensas observações visuais a não mais do que ‘palpites fundamentados’ da parte dos pacientes”.

O ceticismo inicial de Sabom logo desapareceu, conforme as evidências começaram a crescer durante mais de três décadas de pesquisa sobre EQM. Aqui estão alguns dos casos dos livros de Sabom; casos que mudaram o entendimento da vida e da morte e também o entendimento de milhares de seus leitores.

Um piloto aposentado da Força Aérea, que havia sofrido um forte ataque cardíaco, contou o procedimento de ressuscitação em ricos detalhes. Ele descreveu até o movimento das duas agulhas do desfibrilador, que é um aparelho eletrônico usado para administrar choques elétricos para restaurar a função normal do coração: “Ele [o analisador de desfibrilador] era quadrado e tinha duas agulhas, uma fixa e uma que se movia… a primeira agulha se movia cada vez que eles golpeavam, e tinha alguém mexendo com ela. E eu acho que eles moveram a agulha fixa e ela ficou parada… Ela [a agulha móvel] parecia subir bastante lentamente, de fato. Ela não subia simplesmente como um amperímetro ou um voltímetro ou algo que estivesse fazendo registros… Da primeira vez, ela foi entre um terço e meia escala. E eles fizeram de novo, e, desta vez, ela foi até mais de uma escala e meia e, da terceira vez, ela foi até cerca de três quartos”.

Sabom explica o significado desta observação específica: “Eu fiquei particularmente fascinado com a descrição da agulha “fixa” e da “móvel” na superfície do desfibrilador enquanto ele estava sendo carregado de eletricidade. O movimento destas duas agulhas não é algo que ele poderia ter observado a não ser que ele tivesse de fato visto o instrumento em uso. Estas duas agulhas são usadas individualmente (1) para pré-selecionar a quantidade de eletricidade a ser descarregada no paciente [a descrição do paciente: “eles moveram a agulha fixa e ela ficou parada”] e (2) para indicar que o desfibrilador está sendo carregado na quantidade selecionada [descrição do paciente: “a agulha móvel subiu bastante lentamente, de fato. Ela não subia simplesmente como um amperímetro ou um voltímetro ou algo que estivesse fazendo registros”]. Este procedimento de carregar é feito apenas imediatamente antes da desfibrilação já que, uma vez carregada, esta máquina representa um risco elétrico sério a não ser que seja descarregada corretamente de uma maneira muito específica. Além do mais, os analisadores descritos por este homem não são encontrados em modelos mais recentes de desfibriladores, mas eram de uso comum em 1973, na época de sua parada cardíaca”.

Como poderia uma pessoa que (1) estava no meio de um ataque cardíaco, (2) a ponto de receber um choque elétrico, (3) enquanto estava quase certamente inconsciente e (4) não estava em uma posição que pudesse observar o analisador de desfibrilador, observar metodicamente o movimento das agulhas no seu mostrador?

Em outro caso de Sabom, uma mulher apresentou descrições médicas detalhadas e acuradas de sua cirurgia de disco lombar que havia sido realizada com ela estando de costas. Ela relatou que sua cirurgia havia sido executada, para sua surpresa, não por um cirurgião, mas pelo residente-chefe da neurocirurgia, um detalhe que estava correto, mas que não havia sido divulgado para ela.

Seguindo Sabom, muitos outros pesquisadores também encontraram EQMs que envolviam percepções verídicas ou factuais.

Consciente Embora Inconsciente?



Como as pessoas poderiam ter adquirido informações tão acuradas do que acontecia enquanto estavam medicamente inconscientes? Elas poderiam ter adquirido informações sobre os procedimentos médicos de um conhecimento geral prévio? Tal conhecimento preciso parecia improvável entre os pacientes não conectados diretamente com a profissão médica, mas, ainda assim, Sabom, sendo um pesquisador científico rigoroso, decidiu avaliar esta possibilidade. Então, ele questionou um grupo de controle de vinte e cinco pacientes cardíacos, cuja origem era similar à daqueles que haviam relatado casos de EQMs. Quando, aos sujeitos do grupo de controle, foi solicitado que imaginassem o que eles veriam acontecer em uma sala de operação quando médicos ressuscitam pacientes que tiveram ataque cardíaco, dois deles não puderam dar absolutamente nenhuma descrição, e vinte dentre os vinte e três restantes cometeram grandes erros. Em um contraste marcante, dos 32 sujeitos que relataram EQMs, 26 deram descrições gerais que não incluíam nenhum grande erro e seis deram relatos muito detalhados que casavam exatamente com seus relatórios médicos, os quais eles não haviam visto. Baseado neste estudo, Sabom concluiu: “Estes relatos de EQMs provavelmente não são fabricações sutis baseadas em conhecimento geral prévio”.

Os indivíduos poderiam estar parcialmente conscientes e terem, então, adquirido estas informações, possivelmente, através de sons e toques? Esta hipótese falha em explicar casos de EQMs nos quais os indivíduos fornecem informações acurada além de sua proximidade imediata; informações que não poderiam ter sido obtidas através de sons e toques ou por nenhum meio normal mesmo se estivessem conscientes.

Sabom relata um caso em que um paciente que estava se recuperando de uma doença sofreu um inesperado ataque cardíaco. Após ser revivido, relatou ter vivido uma EAFC na qual ele viajou para baixo do salão e viu sua esposa, filho mais velho e filha chegando lá, o que de fato acontecera. Esta informação é altamente significativa porque, (1) como ele ia ser liberado em breve, ele não esperava que seus membros familiares o visitariam; (2) mesmo se ele soubesse que eles o visitariam, não poderia saber quem o visitaria, porque ele tinha seis filhos crescidos, que se revezavam acompanhando a mãe quando ela ia vê-lo; (3) seus membros familiares foram parados no salão que estava a uma distância de dez portas da sala onde ele estava sendo tratado pelos médicos e enfermeiras; (4) seu rosto estava virado no sentido contrário deles; e (5) ele estava no meio do ressuscitamento do ataque cardíaco. 

EQMs envolvendo pacientes inconscientes que dão informações fatuais além de sua proximidade têm sido relatadas há mais de meio século, conforme indicado pelo artigo de Hornell Hart, publicado no Journal of the American Society for Psychical Research, 48(4) (outubro).

Alucinações Reais

Poderiam estas experiências serem simples alucinações de pessoas tentando evitar o medo da morte? Mas EQMs são notadamente diferentes de alucinações em seu conteúdo e efeito, como fica evidente na comparação abaixo.

EQMs são diferentes de alucinações não apenas em seus aspectos experienciais, mas também em seu mecanismo causativo científico. Em um artigo na revista científica The Lancet, Pim van Lommel e seus copesquisadores alemães expuseram uma falta em tais explicações fisiológicas das EQMs: “Com uma explicação puramente fisiológica [para a EQM], tal como a experiência de anóxia cerebral, a maioria dos pacientes que ficaram clinicamente mortos deveria relatar uma”. Lommel aponta que, dentre todas as pessoas sob condições alucinógenas ou psicológicas similares, apenas algumas passam por EQMs. Esta seleção das EQMs mostra que elas não são alucinações e que também não são causadas por nenhuma condição fisiológica.

Adicione o persuasivo fato de que vários dos indivíduos que vivenciaram EQMs deram informações factuais que jamais poderiam ter sido obtidas através de alucinações e a hipótese de alucinações das EQMs pode ser seguramente descartada.

Pensamento Ousado

Pesquisas sobre EQMs não são restritas a alguns cientistas não convencionais, senão que centenas de cientistas por todo o mundo estão ocupados em pesquisar EQMs em sérios fóruns globais como The International Association for Near-Death Studies (IANDS), endossados por publicações como as do Journal of Near-Death Studies.

Se a consciência vem do cérebro, como a medicina convencional quer que acreditemos, então uma pessoa inconsciente não pode ter (1) processo de pensamento claro, (2) conhecimento do que a cerca e (3) conhecimento além do que a cerca. 


Mas EQMs mostram que o que é considerado teoricamente impossível de fato aconteceu, como documentado por rigorosos pesquisadores sob condições bem monitoradas. Na ciência, o propósito da teoria é explicar os fatos, e não brigar com eles. Dados os fatos, as EQMs refutam fortemente a teoria da origem cerebral da consciência. De fato, apenas um dentre as centenas de casos de EQMs é suficiente para refutar esta teoria: se a consciência de uma só pessoa continuar quando seu cérebro não está funcionando, então tal caso refuta que a consciência se origina no cérebro.

Então, de onde se origina a consciência? Aprofundando a pergunta, quem é o observador fora do corpo durantes as EAFCs? Procurando respostas para questões como estas, pesquisadores pioneiros estão corajosamente pensando de modo inovador, fora do padrão da ciência materialista e reducionista, para explorar explicações científicas alternativas. Um padrão inovador é oferecido pela literatura védica, como o Bhagavad-gita, que oferece insights penetrantes sobre a origem da consciência e o mecanismo da interação entre o corpo e a alma.

O Bhagavad-gita (2.17) explica que a alma que impregna o corpo de consciência é indestrutível, o que implica dizer que ela continua a existir quando o corpo está morto ou quase morto. Além disso, o Bhagavad-gita (13.34) elabora que a consciência é a energia da alma que penetra o corpo assim como o a luz do Sol penetra todo o universo. Quando a alma está corporificada, sua consciência é canalizada através de dois tipos de corpos: o grosseiro e o sutil. O corpo grosseiro ou visível é aquilo que normalmente chamamos de nosso corpo físico, e o corpo sutil é composto basicamente daquilo que, normalmente, chamamos de mente. Em geral, a consciência da alma é canalizada através da mente para o cérebro e corpo e para o mundo externo.

Contudo, porque o corpo e a alma são essencialmente diferentes, a alma pode se separar do corpo sob circunstâncias especiais, como quando o corpo é ferido ou nas EAFCs. Em tal separação, a faculdade da percepção durante as EAFCs sugerem fortemente que a alma continua através do corpo sutil mesmo quando o cérebro perde sua função. Este mecanismo é esquematizado abaixo.

Uma Explicação Holística e uma Vida Holística

A característica de uma boa teoria científica é que ela não apenas explica coerentemente o fenômeno que se pretende explicar, mas também explica outros fenômenos relacionados. A solidez da teoria védica da alma fica evidente em sua habilidade de explicar não apenas EQMs e EAFCs, mas também fenômenos correlatos como a “visão mental”. Em seu livro Mindsight: Near-Death and Out-of-Body Experiences in the Blind [Visão Mental: Experiências de Quase-Morte e Fora do Corpo em Cegos], Kenneth Ring descreve várias pessoas cegas que foram capazes de ver apenas durante suas EQMs e nunca mais novamente.

Os textos védicos explicam que a mente tem faculdades sensoriais sutis que, quando se relacionam com os órgãos sensoriais grosseiros, permitem que a alma dentro do corpo veja. Nos cegos, devido a fatores biológicos, seus órgãos sensoriais são deficientes e, então, eles não podem ver. Mas eles, enquanto almas, ainda têm o poder de ver, em razão do que, quando o corpo sutil está dissociado do corpo grosseiro em EAFCs, o mecanismo acima sugere que o olho sutil que não está mais obstruído pela disfunção do olho grosseiro é capaz de ver. Similarmente, o paradigma védico também pode explicar vários outros fenômenos paranormais, tais como telepatia, clarividência, clariaudiência etc.

Em conclusão, as EQMs oferecem uma demonstração científica dramática e autêntica de que a consciência não depende do cérebro e que a vida não depende do corpo material, dando a alguns de nós experiências de vida além do corpo perecível. As EQMs chamam a todos nós para procurar por uma experiência completa da eternidade. O Bhagavad-gita oferece uma metodologia sistemática e prática para experimentarmos nossa espiritualidade inata e, então, recuperarmos nosso direito perdido à vida eterna. A relevância das EQMs ressoa com a mensagem universal das escrituras védicas que defendem a vida eterna como nosso eterno direito inato. Mrtyor ma ’mrtam gamaya: “Vá da morte para a eternidade”.



Tradução de Kamalaksi Rupini Devi Dasi. Se gostou deste artigo, talvez também goste deste: Para onde Vamos quando Morremos?

Fonte: De Volta para o Supremo


ESPAÇO PONTO DE LUZ ROSANA RODRIGUES

sábado, 21 de maio de 2016

ATEÍSMO e os VEDAS - Lord Nirsinhadeva

O Ateísmo e o Advento do Homem-Leão
Por A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

        Bhaja nitai-gaura, amigos! Um breve comentário inicial antes do texto original........

Nota do Espaço Ponto de Luz: Nrisimhadeva é uma das manifestações da própria Suprema Personalidade de Deus, para salvar um devoto Seu. O Movimento de Consciência de Krishna é monoteísta como a religião Católica, Judaica e Islamismo. Todos estes acreditam em comum, que Deus é uma pessoa. São religiões que acreditam no personalismo divino. Assim como Jesus manifestou-se na Terra, outras religiões acreditam que outras manifestações divinas são possíveis também, em diversas formas ou energias, em total acordo com a vontade divina, não importam nomes ou religiões. Quer entender tudo isso? Procure ler os Vedas (centenas de livros que remontam há mais de 5 mil anos como o velho testamento, ou, o resumo dos Vedas em apenas um livro, o "Bhagavad Gita, como Ele É", encontrado somente com os vaishnavas Hare Krishnas ou no site www.sankirtana.com.br

Boa leitura a todos e bons estudos!
Felicidades em qualquer religião. 
Se todos seguissem os ensinamentos de Cristo, não precisaríamos de nenhuma religião. Cantam os Santos Nomes! Namastê! Hare Krishna!  Rosana Rodrigues. 
Rasalila devi dasi.
Boa leitura a todos!

“Onde está o seu Deus?”, “Você pode me mostrar Deus?”. Os dois frequentes desafios dos ateístas encontram-se com a resposta.
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Nrisimhadeva apareceu para convencer o ateísta, aquele que advoga a inexistência de Deus. É propaganda mentirosa dizer que ninguém viu Deus, pois, na verdade, todos veem Deus. O devoto O vê dentro de seu coração, no templo e em todo lugar, ao passo que o ateísta O vê quando a corda em seu relógio acaba. Prahlada Maharaja estava sempre vendo Nrisimhadeva, porque era um maha-bhagavata, a categoria mais elevada de devoto. Premanjana-cchurita-bhakti-vilochanena santah sadaiva hridayeshu vilokayanti (Brahma-samhita 5.38): “Quando os nossos olhos estiverem ungidos com o unguento do amor a Deus, premanjana-cchurita, então, com esses olhos, seremos capazes de ver Deus”. Deus não é invisível. Um homem com catarata ou alguma outra doença referente à visão não pode enxergar, o que não significa que as coisas não existam, mas sim que ele não as pode ver. Deus está presente, mas, porque meus olhos não são competentes para vê-lO, eu O nego, apesar de Ele estar em toda parte.
Assim, na condição material de nossa vida, os nossos olhos estão embotados. Na verdade, não apenas os olhos, e sim todos os sentidos, mas especialmente os olhos. Dado que têm muito orgulho de seus olhos, as pessoas dizem: “Você pode me mostrar Deus?”. Dizem isso, mas não consideram se seus olhos são competentes para ver Deus. O ateísta não reflete sobre sua posição: “Em que posição estou?”. O indivíduo não pode ver sequer um grande homem como o presidente Nixon, mas ele, sem qualificação alguma, quer ver Deus, o que é impossível. Krishna diz no Bhagavad-gita (7.25), naham prakashah sarvasya yoga-maya-samavritah: “Valendo-Me da cortina de yogamaya, não Me exponho a todos”. Yogamaya não permitirá que o sujeito veja Deus. Nós, por exemplo, temos a nossa pequena condição de que, se alguém quer vir aqui ao templo, solicitamos a ele: “Antes de tudo, retire seus sapatos”. Similarmente, para ver Deus, tem de haver alguma condição, e essa condição é que, a menos que você se torne alguém que ama a Deus, Deus não irá Se expor a você. Do contrário, Deus está sempre presente.
Premanjana-cchurita-bhakti-vilochanena santah sadaiva hridayeshu (Brahma-samhita 5.38). Sadaiva significa sempre. Não é o caso que, apenas quando vamos ao templo, vemos Deus, senão que Deus está sempre visível ao devoto. Essa visão constante, por vinte e quatro horas, é a consciência de Krishna. Dá-se o exemplo da mulher que tem um amante, a qual, embora muito ocupada em seus deveres, está sempre pensando no amante: “Quando hei de me encontrar com ele?”. Rupa Gosvami apresenta esse exemplo da mulher cuja mente está sempre ocupada na forma ou nas atividades do amante. Se isso é materialmente possível; quando você desenvolver seu amor por Deus, você verá Deus sempre e em todo lugar. A posição de Prahlada Maharaja era que ele sempre estava vendo Deus, Krishna, ao passo que seu pai não era capaz de ver porquanto era ateísta. O pai de Prahlada Maharaja exigia em desafio: “Onde está o teu Deus? Tu estás falando várias vezes de Deus, mas te ensinarei uma lição hoje!”. Nesse momento, Hiranyakashipu sacou sua espada desejoso de matar seu próprio filho.
O ateísta é tão desamável e cruel que tem a disposição de matar mesmo seu próprio amado filho; neste caso, um filho de cinco anos de idade. Assim é o ateísmo. E o teísmo, em contrapartida, é revelado na conduta de Prahlada, que, após a morte de seu pai, que o torturou enquanto vivo, orou com estes dizeres a Nrisimhadeva: “Por favor, perdoai meu pai”. Então, essa é a diferença entre a consciência de Krishna e a consciência comum. Todos os vaishnava são muito gentis, daí recitarmos a oração vancha kalpa tarubhyas ca kripa-sindhubhya eva ca (Vaishnava Pranama), a qual diz que o vaishnava é um oceano de misericórdia. Assim como não é possível retirar toda a água do oceano, o vaishnava, o devoto, é um oceano de misericórdia, o que significa que você pode extrair dele tanta misericórdia quanto você queira e ele permanecerá cheio de misericórdia.
Prahlada Maharaja é a representação simbólica do vaishnava, e vocês devem tentar ser seguidores dele, e não imitadores. Não tentem imitar: “Visto que Prahlada Maharaja foi atirado em óleo fervente, deixe-me experimentar atirar-me no óleo em ebulição”. Isso é imitação, o que não é bom. Antes de tudo, apenas se tornem como Prahlada Maharaja, após o que isso será possível. Tentem seguir. Mahajano yena gatah sa panthah (Mahabharata, Vana-parva 313.117): O que os mahajanas, as grandes personalidades, fizeram, vocês não podem imitar, mas vocês têm que seguir. Vocês têm que seguir a instrução de Krishna ou de Seu representante, mas vocês não podem imitá-los – caso o façam, vocês cairão. Recomenda-se anusarana, “seguir”, não anukarana, “imitar”.


Então, temos que seguir o exemplo, a conduta, de Prahlada Maharaja. Seu exemplo foi que, a despeito de contínua tortura por parte de seu pai, ele jamais se esqueceu de Krishna. Isso nós temos que seguir, ou seja, apesar de todos os tipos de inconveniências e torturas por parte da classe ateísta de homens, jamais devemos nos esquecer da consciência de Krishna. Houve muitos exemplos, entre eles Jesus Cristo, que, a despeito de ter sido torturado e crucificado, jamais concordou com a ideia de que Deus não existe. Nosso lema deve ser que, quer sejamos cristãos, quer sejamos hindus, quer sejamos membros de qualquer outra designação religiosa, devemos ser conscientes de Deus, conscientes de Krishna. Sharanagati, rendição, é não nos esquecermos de Deus sob nenhuma circunstância. Prahlada Maharaja era protegido por Nrisimhadeva.
Agora, é fato que, a um ateísta como Hiranyakashipu, que negou a existência de Deus, Deus Se mostrou no seu último estágio de vida. O ateísta, destarte, verá Deus, mas, quando Ele vier, sua vida estará acabada, isto é, ele se encontrará com a morte. O ateísta verá Deus na forma da morte, ao passo que o teísta, o devoto consciente de Krishna, verá Deus vinte e quatro horas dentro do seu coração – eis a diferença. Ninguém pode evitar a morte, em virtude do que o ateísta verá Deus. Se ele nega Deus, ele verá Deus na forma da morte. Explica-se no Bhagavad-gita que, a todo momento, tudo o que é nosso está sendo levado embora pelo tempo, o que não é difícil de compreender. A minha idade, por exemplo, é de setenta e cinco anos, o que significa que setenta e cinco anos de toda a minha duração de vida já foram levados embora. Portanto, todos vocês devem estar atentos à lei da natureza de que, a todo momento, qualquer posse que vocês tenham está sendo levada embora, inclusive a posse mais valiosa, que é a duração de vida. O último “levar embora” é a morte, em razão do que Krishna diz que mrityuh sarva-haras caham (Bhagavad-gita 10.34), ou, em outras palavras, mrityu, a morte, leva tudo embora: sua educação, seu título, seu mestrado, seu doutorado, seu saldo bancário de milhões de dólares, seu bom nome, sua casa, sua família, seus amigos, seu país. Então, para o ateísta, isso é Deus. Quando Deus levar tudo embora, o ateísta entenderá: “Sim, Deus existe”, assim como, quando uma pessoa desobediente na esfera civil é detida, aprisionada e recebe severas punições, ela entende por fim: “O governo realmente existe”. Assim, o governo está presente: para o bom cidadão, o cidadão obediente às leis, o governo está presente permitindo que o cidadão aproveite toda vantagem que ele oferece, mas aquele desobediente ao governo é punido. Se alguém diz: “Não me importo com o governo. Porque sou livre, ficarei nu”, tal indivíduo será imediatamente detido, como aconteceu com John Lennon ao se mostrar nu. O governo dirá: “Você não pode fazer isso”.

Então, tudo continua desta maneira. A classe ateísta de homens está se declarando livre, declarando-se independente de Deus, mas isso é completo contrassenso, daí eles serem descritos como mudhas, ou grandes tolos. Estudem o Bhagavad-gita, pois tudo está presente nessa obra. Na mam dushkritino mudhah prapadyante naradhamah (Bhagavad-gita 7.15): os naradhamas, os mais baixos da humanidade, são os ateístas. Os mais altos da humanidade, por sua vez, são aqueles conscientes de Krishna. Então, tentemos integrar o grupo de homens mais elevados da humanidade, pois o mundo está sofrendo por falta de tais homens. E sejamos exemplares. Essa é a lição a ser aprendida neste dia do advento do Senhor Nrisimhadeva.

Fonte: Amigos de Krishna.


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Cinco orações ao senhor Narasimha

por Bhaktivinoda Thakura

Srila Bhaktivinoda Thakura escreveu cinco lindas orações em "Sri Navadvipa Bhava Taranga" por receber a misericórdia do Senhor Narasimha. Estas orações são certamente garantia para todos os devotos sinceros que a adoração do Senhor Narasimha é puramente na linha do amor e devoção de Sri Sri.
Radha e Krsna Essas orações são as seguintes.

e dusta hrdaye kama adi ripu chaya
kutinati pratisthasa sathya sada raya
hrdaya-sodhana ara krsnera vasana
nrsimha-carane mora ei para 'kamana

Dentro do meu coração pecaminoso, os seis inimigos chefiados pela luxúria residem perpetuamente, bem como a duplicidade, o desejo de fama, mais pura astúcia. Nos pés de lótus do Senhor Narasimha, espero que Ele misericordiosamente purifique meu coração e dê
me o desejo de servir o Senhor Krsna.

kandiya nrsimha-pade magibo kakhana
nirapade navadvipe jugala-bhajana
bhaya bhaya paya yan'ra darsane se hari
prasanna hoibo kabe mais daya kari

Chorando, implorarei aos pés de lótus do Senhor Narasimha pela bênção de adorar Radha e Krishna em Navadvipa, perfeitamente seguro e livre de todas as dificuldades. Quando este Lorde Hari, Cuja forma terrível ataca o medo
no próprio medo, ficar satisfeito e me mostrar sua misericórdia?

yadyapi bhisana murti dusta-jiva-prati
prahladadi krsna-bhakta-jane bhadra ati
kabe va prasanna ho'ye sa krpa-vacane
nirbhaya karibe ei mudha akincane

Embora o Senhor Narasimha seja aterrorizante em relação às almas pecaminosas, Ele oferece grande auspiciosidade aos devotos do Senhor Krsna, liderados por Prahlada Maharaja. Quando ele terá prazer em falar palavras de compaixão para mim, um
tolo sem valor e, assim, me deixa destemido?

svacchande baiso ele vatsa sri-gauranga-dhame
jugala-bhajana hau rati hau nome
mamãe bhakta-krpa-bale vighna jabe dura
suddha citar bhajo radha-krsna-rasa-pura

Ele dirá: "Querida criança! Sente-se semeada e viva feliz aqui em Sri Gauranga-dhama. Que você adore o Divino Casal e desenvolva amoroso apego por Seus Santos Nomes. Pela misericórdia de Meus devotos, todos
obstáculos são lançados longe. Com um coração purificado, basta realizar a adoração de Radha e Krsna, pois essa adoração transborda com doce néctar. "

ei boli 'kabe mora mastaka-upara
sviya sri-carana harse dharibe isvara
amani jugala-preme sattvika vikare
dharaya lutibo ami sri-nrsimha-dvare

Dizendo isso, será que o Senhor deliciosamente colocará Seus próprios pés de lótus sobre a minha cabeça? Experimentarei amor sublime pelo Casal Divino Radha-Krsna e passarei pelas transformações extáticas chamadas sattvika. Caindo no chão,
Vou rolar à porta do templo de Sri Narasimha.


(Srila Bhaktivinoda Thakura, "Sri Navadvipa Bhava Taranga", 36-40)

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Five Prayers to Lord Narasimha

by Bhaktivinoda Thakura

Srila Bhaktivinoda Thakura has written five beautiful prayers in "Sri Navadvipa Bhava Taranga" for receiving the mercy of Lord Narasimha. These prayers are certainly assurance to all sincere devotees that the worship of Lord Narasimha is purely in the line of aspiring love and devotion to Sri Sri
Radha and Krsna. Those prayers are as follows.

e dusta hrdaye kama adi ripu chaya
kutinati pratisthasa sathya sada raya
hrdaya-sodhana ara krsnera vasana
nrsimha-carane mora ei to' kamana

Within my sinful heart the six enemies headed by lust perpetually reside, as well as duplicity, the desire for fame, plus sheer cunning. At the lotus feet of Lord Narasimha, I hope that He will mercifully purify my heart and give
me the desire to serve Lord Krsna.

kandiya nrsimha-pade magibo kakhana
nirapade navadvipe jugala-bhajana
bhaya bhaya paya yan'ra darsane se hari
prasanna hoibo kabe more daya kari

Weeping, I will beg at the lotus-feet of Lord Narasimha for the benediction of worshipping Radha and Krsna in Navadvipa, perfectly safe and free from all difficulties. When will this Lord Hari, Whose terrible form strikes fear
into fear itself, ever become pleased and show me His mercy?

yadyapi bhisana murti dusta-jiva-prati
prahladadi krsna-bhakta-jane bhadra ati
kabe va prasanna ho'ye sa krpa-vacane
nirbhaya karibe ei mudha akincane

Even though Lord Narasimha is terrifying toward the sinful souls, He offers great auspiciousness unto the devotees of Lord Krsna headed by Prahlada Maharaja. When will He be pleased to speak words of compassion unto me, a
worthless fool, and thereby make me fearless?

svacchande baiso he vatsa sri-gauranga-dhame
jugala-bhajana hau rati hau name
mama bhakta-krpa-bale vighna jabe dura
suddha cite bhajo radha-krsna-rasa-pura

He will say, "Dear child! Sit sown freely and live happily here in Sri Gauranga-dhama. May you nicely worship the Divine Couple, and may you develop loving attachment for Their Holy Names. By the mercy of My devotees, all
obstacles are cast far away. With a purified heart, just perform the worship of Radha and Krsna, for such worship overflows with sweet nectar."

ei boli' kabe mora mastaka-upara
sviya sri-carana harse dharibe isvara
amani jugala-preme sattvika vikare
dharaya lutibo ami sri-nrsimha-dvare

Saying this, will that Lord delightedly place His own divine lotus-feet upon my head? I will experience sublime love for the Divine Couple Radha-Krsna and undergo the ecstatic transformations called sattvika. Falling on the ground,
I will roll about at the door of Sri Narasimha's temple.


(Srila Bhaktivinoda Thakura, - "Sri Navadvipa Bhava Taranga", 36-40)
Bhaja nitai-gaura!

Espaço Ponto de Luz Rosana Rodrigues